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Esperança de uma nova vida

                                                                                Esperança de uma nova vida

                                                                                                                                            João Campos

Um dos momentos mais tristes para o seio familiar é o momento da perda de um dos seus entes querido. A tragédia inesperada, que causa muita dor e comoção, pode se traduzir também em esperança e recomeço de vida para outros através da manifestação de um sentimento de solidariedade na oferta de órgãos e tecidos daquele ente que se foi para uma pessoa que luta pela vida. Muitas vítimas fatais podem renascer em outras vidas que aguardam desesperadas por um órgão ou tecido humano para que possam viver.

Doar é uDeputado João Camposm gesto de generosidade e humanitário de uma grandeza inimaginável. Mesmo no sofrimento da perda de um ente de forma súbita e traumática, familiares abrem seus corações e autorizam a doação de órgãos e tecidos de suas vítimas, entendendo que aquela atitude abrirá esperança para o ressurgimento de novas vidas. A doação, parece ter se transformado numa conduta de consciência social, mesmo sendo uma decisão difícil pelo momento enfrentado por aqueles que recebem a triste notícia.

O que não parece ter mudado é a consciência do poder público em geral no sentido de oferecer as condições necessárias para que os transplantes ocorram dentro de um processo que atendam às necessidades do tempo em que devem acontecer os transplantes e das condições financeiras daqueles que necessitam dos órgãos e tecidos. O jornal O Popular trouxe, na edição do último domingo, dia 12, uma matéria bem clara sobre o assunto e que tocou no ponto nevrálgico  da questão, sob o título ‘Matírio na fila por um órgão”.

A publicação do jornal mostrou a realidade enfrentada por aqueles que necessitam de um transplante de órgãos em Goiás, com ênfase para o número de crianças que aguardam na fila. Nenhuma unidade de saúde pediátrica faz a transferência de órgãos ou tecidos para ser transplantados e quando aparece um doador fora do Estado é outro problema. As famílias, muitas vezes de parcos recursos, têm que providenciar de última hora o traslado do seu ente que aguarda por um transplante para a localidade onde surgiu a esperança de vida, ou o translado dos órgãos e tecidos para o local onde se encontra o receptor.

Quando aparece a possibilidade de vida longe do meio em que vive, quem precisa do transplante inicia uma corrida pela vida. Faltam os recursos para bancar a viagem, que deve ser feita via aérea, e muitas vezes não há assentos disponíveis nos aviões que se constituem no meio de transporte mais rápido para se chegar ao destino a tempo de realizar o transplante ou naquele local não tem meios para realizar o transplante. Só resta então transladar os órgãos e tecidos para onde se encontra o paciente. Órgãos e tecidos só podem ser transplantados em, no máximo 24 horas, e se houver meios e o suporte  necessários na corrida contra o tempo, o final da história será sempre a da certeza de uma nova vida.

O quadro atual está tão enfermo quanto os pacientes que estão na fila de espera por um transplante. Muitas vezes estes não alcançam o sonho de receber um órgão porque não lhes são ofertados meios de transferência imediata para outras localidades normalmente longínquas,  dentro do tempo hábil para serem transplantados. Foi exatamente essa situação que me moveu a propor um projeto de lei que vai colocar luz no caminho dessas pessoas e dizer a eles que a realidade do transplante tão esperado está muito próxima.

Com parecer favorável da relatora, a Deputada Dorinha Seabra, do Tocantins, o projeto de lei está pronto para entrar na pauta da CSSF – Comissão de Seguridade Social e Família. Tenho a plena confiança na sua aprovação, o que significará a garantia e prioridade no transporte aéreo de órgãos e tecidos, inclusive para a equipe médica, e o fim de um problema tão crucial que lida com a dor de quem perde seu ente e com a alegria de quem ganha um órgão humano.

Outro ponto importante do projeto de minha autoria é que alcança também o transporte aéreo de pessoas falecidas em outros estados para as suas localidades de origem, quando as famílias não dispõem de recursos para o traslado. É o mínimo de justiça e respeito que esse projeto de lei busca assegurar.

João Campos é Deputado Federal, Delegado de Policia e Pastor Evangélico

 

Artigo publicado no jornal O Popular

 

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