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Prisões na hora certa

João Campos (8)                   Prisões na hora certa

                                                         João Campos

A realização das Olimpíadas no Brasil movimentaram não só o mundo do esporte, mas também, e de forma muito especial, a área da segurança pública brasileira. Era necessária uma ação mais ostensiva e repressiva para garantir a ordem diante dos riscos de ataques criminosos contra atletas, turistas e a população em geral, o que deixaria o País com uma mancha sócio criminal muito mais forte lá fora. Aí, sim, o que já é ruim, ficaria muito pior.

Não só o Rio de Janeiro, local do evento, recebeu uma mega operação policial envolvendo todas os órgãos de segurança das esferas federal, estadual e municipal e as forças armadas, estabelecendo-se exemplar programa e estratégia de ações integradas, inclusive na área de inteligência, sob uma Central de Comando e Controle. Tudo funcionou como planejado e com resultados positivos. Essa experiência deve virar modelo para o Brasil no enfrentamento da violência e da criminalidade. O que se percebeu foi uma presença de policiais e militares das Forças Armadas, de forma mais ostensiva, principalmente nos grandes centros do País, com olhares mais atentos sobre o vai-e-vem de pessoas em aeroportos e outros centros de grande movimentação pública.

Antes mesmo da abertura dos Jogos Olímpicos, já com todo o esquema de segurança operando, aconteceram os primeiros resultados práticos de como os criminosos se preparavam para marcar presença nos jogos e cujas ações, se fossem consumadas, repercutiriam em todo o mundo. Assim, o Brasil, que já é tratado com reservas pelos turistas por conta da onda de violência e criminalidade, sofreria mais prejuízos aos olhos do mundo.

Faltando duas semanas para a abertura das Olimpíadas, a Polícia Federal prendeu 10 brasileiros, em sete Estados, por suspeita de ligação com o Estado Islâmico, grupo terrorista extremamente radical que atua no Oriente Médio e em várias partes do mundo. No Brasil, provavelmente, estariam se estruturando para atos terroristas. Os brasileiros presos foram os primeiros a serem enquadrados na Lei Antiterrorismo (Lei 13.260/16), aprovada, no primeiro semestre, pelo Congresso Nacional.

As prisões, vale ressaltar, só foram possíveis, devido à nova legislação direcionada à reprimir o terrorismo no Brasil. Fui  o autor de um dos projetos de lei e participei de todas as discussões na Câmara Federal, o que trouxe a possibilidade de medidas  a partir dos atos preparatórios. E foi nesse exato momento que a Polícia Federal deu, prontamente, uma resposta contra aqueles que poderiam, pelo que os federais apuraram, estar implantando uma célula do terrorismo islâmico no Brasil.

O modelo de integração na área de segurança pública funcionou. Os atletas, os brasileiros e os turistas fizeram a festa.

 João Campos é Deputado Federal, Pastor Evangélico, Delegado de Polícia e Contabilista.

 

Artigo publicado no Jornal O Popular na edição de 16.09.16

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